12 janeiro 2012

No fim,

pessoas só são caixas ocas. Daquelas que laços enfeitam, mas que por dentro é abismo.
                                                                                                          — Hélida Carvalho

Me sinto assim.

Então ela percebeu a solidão em que se encontrava. Tempos atrás ela era rodeada de pessoas que diziam suas amigas, e agora era apena uma lista de chamadas recheada de personalidades diferentes, mas todas com uma demasiada presença de falsidade. Seriam essas pessoas desonestas com os próprios sentimentos, ou aquilo tudo era consequência de suas atitudes individualistas? Talvez uma indistinta combinação de ambos. Mas ela sabia que de qualquer forma precisava mudar. Tinha essa mania quase absoluta de recomeçar sempre. Se pudesse nasceria de novo e faria tudo diferente, por simples diversão. Ela sabia que seus limites impostos a ela mesma, faziam com que seus sonhos se tornassem cada vez mais distantes de seus próprios alcances. Mas ela estava decidida a mudar. Mais uma vez. Mudar a roupa, o estilo, o cabelo, o sorriso, a vitória, o sonho, o desejo, o carinho, a amizade, o amor. Estava decidida a renovar e a recomeçar a própria alma. Talvez por simples diversão. Ou talvez porque ela era consumada de todos esses recomeços.