22 julho 2014

Um passeio por Itaúnas.

Praça da Vila, super Arborizada.
No fim de semana do dia 19 de julho começou o FENFIT, Festival Nacional de Forró de Itaúnas que acontece desde 2001 e é muito conhecido no meio dos forrozeiros de todas as partes do Brasil.

Itaúnas é uma pequena vila muito linda que fica ao norte do Espírito Santo, faz divisa com a Bahia e pertence ao município de Conceição da Barra, conhecida também por suas Dunas encantadoras que como diz a história engoliu a antiga vila, um lugar simples e místico onde as pessoas são gentis, as casas tem uma arquitetura impar e rústica. Andar por Itaúnas é como estar no grande quintal da sua casa de infância ou ir visitar aquela vovó que mora na roça, é se sentir em casa, é se sentir livre, é literalmente poder andar descalço e se despir das responsabilidades massantes do nosso cotidiano, o cantar os pássaros é vivo, o céu é estrelado e o ar, puro. 
Vai ai um vídeo que eu fiz do forró rolando leve na praça, para que vocês possam ter noção da atmosfera sensacional que é estar lá.




A minha primeira vez lá foi no réveillon de 2013 com meu namorado, onde eu puder me apaixonar pela vila e fazer minhas orações para o ano de 2014 com o presente maravilhoso de poder contemplar um céu escuro, estrelado e muito brilhante que a gente quase não repara quando estamos na cidade, a vibe contagia qualquer um que se deixe contagiar, daí nasceu a enorme vontade de voltar para o festival pois no próprio ano de 2013 a minha programação de comparecer não deu certo.

Eu namoro a uns oito meses e desde que começamos a namorar eu tive a ideia de comprarmos um cofrinho para financiar a nossa próxima viagem de ano novo e desde então estávamos juntando todas as moedinhas que vinham pela frente e deu super certo galera, não quebramos o porquinho para o ano novo mas para o festival, conseguimos financiar a nossa estadia e gasolina só com a grana que juntamos com muito amor, deixo pra vocês essa dica.

O brinco de filtro foi feito pelo meu namorado com raiz de Itaúnas.
Uma das pontes que dão acesso a trilhas.
O festival só vai acabar no próximo final de semana, no dia 26 de julho e acontece competições de trios de forró durante toda a semana, infelizmente algumas responsabilidades nos obrigaram a voltar antes do fim mas aproveitamos tudo de maravilhoso que Itaúnas oferece dentro desses três dias inesquecíveis, fizemos trilhas, conhecemos a casa o Tamandaré uma das histórias de lá, fizemos novas amizades com uma rasta linda chamada Ingrid de São Tomé, MG, com o artesão Luiz, de Petrópolis, RJ que me presenteou com um anel feito de cobre lindo demais, um francês que mora na vila a 20 anos e faz um crépe muito gostoso e olha que eu sou uma chata para comer. Como não amar uma trip assim? Em ótimas companhias e um bom planejamento. Deu até pra descolar uns artesanatos super maneiros e aprender mais uns passinhos de forró, porque afinal forró e felicidade nunca é demais, espero ter inspirado vocês a conhecer esse cantinho! 
Ponte que dá acesso a praia e aos quiosques.

Praça da vila, perto da Igrejinha.

Início da trilha da casa do Tamandaré.

10 julho 2014

Para aprender e praticar.

Eu acho que o mundo seria bem melhor se todos procurassem evoluir. Deixar de se importar com coisas bobas, com cobranças desnecessárias, em julgar os outros pela sua aparência ou por suas atitudes. Cada um com seu qual. Se a pessoa fez isso ou aquilo o problema é dela. Se um amigo seu falhou com você desta vez, lembre-se de tudo que ele fez por ti antes. Uma pessoa nem sempre é boa 100% da vida, as vezes ela faz 99%, 88%... Mas não significa que perdeu o valor, não significa que só por que ela não foi 100% agora não seja digna de respeito ou da sua amizade. Cada um faz o que se é possível fazer. Ninguém é super herói aqui! Estenda a mão quando um amigo seu falhar com você uma vez em vez de estapea-lo. Seja humilde, seja grato. A vida seria tão melhor se reconhecessemos o valor que de cada um.
Lua Rodrigues

07 julho 2014

06 julho 2014

Nós escolhemos.


Olhos de ressaca.


"Capitu apesar daqueles olhos que o diabo lhe deu...Você já reparou nos olhos dela? São assim de cigana oblíqua e dissimulada. Pois apesar deles, poderia passar, se não fosse a vaidade e a adulação. Oh! A adulação!"

Tinha me lembrado a definição que José Dias dera a eles, "olhos de cigana oblíqua e dissimulada". Eu não sabia o que era oblíqua, mas dissimulada sabia e queria ver se podiam chamar assim. Capitu deixou-se fitar e examinar. Só me perguntava o que era, se nunca os vira; eu nada achei extraordinário; a cor e a doçura eram minhas conhecidas. A demora da contemplação crio que lhe deu outra ideia do meu intento; imaginou que era um pretexto para mira-los mais de perto, com os meus olhos longos, constantes, enfiados neles, e a isto atribuo que entrassem a ficar crescidos, crescidos e sombrios, com tal expressão que...

"Retórica dos namorados, dá me uma comparação exata e poética para dizer o que foram aqueles olhos de Capitu. Não me acode imagem capaz de dizer, sem quebra da dignidade do estilo, o que eles foram e me fizeram. Olhos de ressaca? Vá, de ressaca. É o que me dá ideia daquela feição nova. Traziam não sei que fluido misterioso e enérgico, uma força que arrastava para dentro, como a vaga que se retira da praia nos dias de ressaca. Para não ser arrastado, agarrei-me às outras partes vizinhas, às orelhas, aos braços, aos cabelos espalhados pelos ombros; mas tão depressa buscava as pupilas, a onda que saía delas vinha crescendo, cava e escura, ameaçando envolver-me, puxar-me e tragar-me. Quantos minutos gastamos naquele jogo? Só os relógios do céu terão marcado esse tempo infinito e breve. A eternidade tem as suas pêndulas; nem por não acabar nunca deixa de querer saber a duração das felicidades e dos suplícios."
Dom Casmurro - Machado de Assis.